Posts

Quem quer pão?

Panificação artesanal cresce e abre espaço para novos empreendedores no segmento

18.11.22 - 08H20 Por camillalima
Neto Teixeira e Gabriel Martins montaram a Ipê há 2 anos e comemoram crescimento do mercado/ Foto: João Filho

Crocante, macio, casca grossa, massa fina. Com azeite, com manteiga, com aquele cafezinho. Hoje as possibilidades são inúmeras quando o assunto é o bom e velho pãozinho. Promissor, o setor da panificação movimenta R$105 bilhões por ano no Brasil. Mas para além da enorme variedade, os pães artesanais também tem aberto espaço no cardápio – e no coração dos brasileiros – , e tem puxado muita gente para empreendedorismo.

Foi o caso do Gabriel Martins, 28, e do Neto Teixeira, 30. Da faculdade de gastronomia para a vida, os dois resolveram apostar na panificação como modelo de negócio. Foi quando decidiram unir forças, – e capital – , para abrir a Ipê Padaria Artesanal, especializada na fabricação de pães de longa fermentação.

Mas antes de apostar no próprio negócio, os empreendedores passaram por diversos restaurantes e padarias, nos quais foram adquirindo expertise e tendo certeza no que queriam investir. Foi quando veio a pandemia, Neto saiu do restaurante no qual era chefe, e aí foi só juntar a fome – o desejo que o Gabriel já tinha de abrir um negócio – com a vontade de comer.

“A gente investiu, todo o dinheiro que tínhamos guardado, o Neto vendeu o carro dele, eu zerei minha poupança. A gente fez isso pois sabia que precisava ter volume para fechar a conta, não adiantava começar com um forno de casa e uma batedeira pois não teríamos volume, então investimos em equipamentos de alta qualidade para proporcionar o melhor produto possível, compramos um forno industrial, uma máquina para sovar os pães”, conta Gabriel.

Além do produto diferenciado, o negócio já começaria no digital. Mas com a inovação veio também os primeiros desafios: captar novos clientes sem ter ponto fixo. “Mesmo com a maioria das pessoas tendo acesso a celular e usando redes sociais, existe um custo para fazer a marca e os produtos serem conhecidos. Quebrar a barreira do cliente adquirir um produto com custo mais elevado, se comparado a padarias tradicionais, sem ver pessoalmente, sem pegar, sentir o cheiro e atestar a qualidade é bem difícil as vezes. Usamos muitos vídeos e pagamos por impulsionamento de postagens no Instagram”, revela.

Mas desde o início, quando optaram pelo modelo, já estavam cientes da importância – ainda maior -, das redes para o negócio, mas também de investir em outras formas de escoar a produção: “quando se é pequeno, fazer isso demanda tempo e investimentos que muitas vezes não temos disponível. Mas sempre foi uma prioridade da Ipê investir no digital, até porque é nossa fonte principal de vendas, além das feiras que participamos, que captam muitos clientes e são uma parte essencial do nosso faturamento mensal”, explica Neto. Sobre o modelo, Gabriel complementa: “Construindo nossa carteira de clientes com o nosso modelo de negócio online podemos vislumbrar ter um ponto físico um dia já colhendo alguns frutos que o digital nos proporcionou”.

Crescimento: artesanal não é mais nicho, já virou mercado
Quando se trata de artesanal na panificação, o termo não versa só sobre o fazer manual. Como Gabriel deixa claro, hoje já existem maquinários capazes de oferecer um suporte sem igual na produção. Mas versa sobre a qualidade e escolha dos insumos que vão na fabricação do pãozinho: “Acreditamos que o artesanal está relacionado com a escolha dos ingredientes, o cuidado, e a atenção aos preparos. Queremos quebrar essa crença de que “porque é artesanal não pode se ter máquinas no processo”, enfatiza.

Quanto a maior procura pelo produto, eles acreditam que a busca por hábitos mais saudáveis também impactam na escolha do pão: “Na Panificação artesanal buscamos fazer um resgate ancestral na forma de produzir pães. Com foco no tempo e na qualidade dos ingredientes. Deixando claro para o cliente o que ele está comendo. E isso é importante pra muita gente e vem ficando mais importante para cada vez mais pessoas. Então é um movimento em constante crescimento”, explica Gabriel.

Hoje a Ipê já conta com uma cartela de clientes consolidada. Dentre os segredos para esse crescimento foi o investimento no digital: “Como o modelo do nosso negócio é 100% digital resolvemos fazer um super investimento contratando uma empresa de marketing para nos ajudar. O nosso foco é criar conteúdos orgânicos que geram conexão com o público criando um relacionamento, e então ofertamos nossos produtos. Também fazemos anúncios pagos mensalmente”, explica Gabriel.

A outra dica dividida por Neto é planejar: “A gente atribui um dos principais sucessos da Ipê a ter feito um bom planejamento, além de saber se adaptar aos imprevistos que acontecem e aproveitar as oportunidades que surgem”, ensina.

Movimento Empreender – A hora é agora!

Quer mais dicas descomplicadas para aplicar no seu negócio hoje? Então acesse movimentoempreender.com e acompanhe conteúdos incríveis adaptados à realidade dos micro e pequenos negócios.

Notícias Relacionadas