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Um Cantinho, muitas ideias

Cantinho do Frango: de mesinhas na calçada a uma história de quase 3 décadas de existência

11.10.22 - 09H10 Por camillalima
Caio Napoleão e equipe do Cantinho do Frango/ Foto: Acervo pessoal

Tudo começou com algumas poucas mesas, na porta de casa, na rua Torres Câmara. Na pequena churrasqueira em brasa, carne de sol, linguiça e o frango, que algum tempo depois se tornaria um dos mais famosos da cidade. De acompanhamento, baião de dois e farofa. O cantinho, que surgiu para ajudar no sustento da pequena família que se formava, alguns anos depois seria oficialmente batizado de Cantinho do Frango, reduto da boemia alencarina e de uma gastronomia cheia de sabor.

Assim como tantos outros empreendedores, Caio Napoleão, 47, começou a gestar a ideia de negócio como saída rápida para arquitetar o sustento do filho, que já estava à caminho. Para isso, pediu licença para utilizar um pequeno espaço na entrada da casa dos pais onde pudesse dar início ao seu pequeno negócio. Assim, em 1994 surgia o esboço do que viria a se tornar o Cantinho do Frango. E mesmo com o passar dos anos, Caio ainda tem fresco na memória o dia em que, pela primeira vez, ele colocou seu bloco – ou melhor – as mesinhas na rua: “Eu me lembro que no primeiro dia em que eu abri, eu assei 25 frangos. Vendi só um, sobraram 24”.

Mas isso não o desmotivou, pelo contrário, ele foi buscando a excelência no ramo que decidiu atuar: “Foi a insistência e a procura por trabalhar sempre com produtos de muita qualidade, e sempre procurando fazer o máximo para a pessoa ficar satisfeita e, para além de comer, proporcionar uma experiência. Eu estava sempre inventando alguma coisa a mais, que não tivesse em outros locais”, conta. Um desses diferencias que ele encontrou logo no início foi abrir aos domingos. Caio conta que, à época, em 1994, nem mercantil abria nesse aos domingos.

Ao longo dos anos, o espaço foi se (re)desenhando, mas sem deixar de dar a sensação de estar sendo recebido na casa de um amigo. Na decoração, a gente descobre – e divide – os gostos com proprietário do espaço: são referências à música popular brasileira, e cearense, pôsteres de filmes, itens antigos, que embelezam as paredes do lugar.

Além disso, o empreendedor continuou apostando no diferencial, e para ampliar a clientela foi agregando também novos itens – do cardápio aos serviços: hoje, além de uma carta com mais de 500 rótulos de cachaça e um cardápio robusto – com diversas receitas desenvolvidas pela própria equipe – , Caio investiu também numa barbearia e numa loja de vinis, no mesmo espaço. E de olho no futuro, a cabeça não para de pensar em novas ideias: “penso, depois, em fazer um estúdio de tatuagem, e também estou começando a pensar em fabricar nossa própria cachaça”, adianta.

Mas mesmo para alguém que está no mercado há várias décadas e já obteve reconhecimento, os desafios de empreender no Brasil, ressalta Caio, são inúmeros, desde a falta de políticas públicas para o setor até tarefas do dia a dia, que requerem muito jogo de cintura : “todo empreendedor tem que pensar um pouco fora da caixa, porque pra empreender no Brasil é muito difícil”, destaca.

Ele ressalta porém, que as alegrias são muito maiores: “fiz muitos amigos lá, no cantinho, passou a ser a casa dos artistas também com lançamento de livros, exposições, lançamentos de discos, então são mais alegrias, de fato”. E com a experiência de 28 anos dedicados ao empreendedorismo, Caio dá dicas do que é preciso para o negócio prosperar: “A gente estuda que são 3 P’s: Pessoas, trabalhar com pessoas boas; Processo, a maneira que a gente faz o nosso produto; e o Produto. A gente trabalhando com isso, de maneira feliz, satisfeita, gostando do que faz – e tem o fator sorte, claro”.

Caio faz questão ainda de ressaltar a importância de se ter uma boa equipe, gente que veste a camisa e acredita junto no negócio. Além dele, a esposa Amanda Napoleão, ajuda na lida à frente do Cantinho. Hoje, além do endereço original, na Torres Câmara, o Cantinho tem ainda sua versão na parte sul da cidade. “Quando eu olho pra minha trajetória eu sempre acho muito bacana, mas às vezes eu penso: – poxa, eu poderia ter feito algo mais. Mas vai dar tempo ainda, a trajetória ainda não acabou”, afirma ao som de algum vitrola que, ao fundo, tocava Belchior.

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