Do baião ao vatapá
Festejos juninos são sinônimo de renda extra para pequenos empreendedores
Vatapá, baião de dois, carne de sol, creme de galinha. Pé de moleque, bolo de macaxeira, cocada. O cardápio junino é extenso. Tem até quem espere pelo período o ano inteiro, pensando justamente nas delícias que, na maioria das vezes, só se encontra com fartura no mês dedicado ao São João. É tempo também de dinheiro extra no caixa de quem empreende no segmento da alimentação – ou mesmo para quem pretende turbinar o orçamento mensal durante a festividade.
Zélia Costa acorda todo dia às 6h. É preciso agilidade para aprontar todo o material necessário para os dias de entregas. Seu negócio é especializado em comidas típicas e funciona das 10h às 14h – via delivery. E não só em junho, o diferencial do Mar Bonita é justamente esse: Zélia vende o famoso pratinho junino o ano inteiro.
Depois da última entrega feita, nada de descanso. Zélia arruma a bagunça e já prepara a lista de compras para o dia seguinte. São horas à fio ao pé do fogão, embalando, recebendo os pedidos, fazendo as redes sociais, lidando com o cliente – e ainda tem que sobrar o tempinho de fazer as entregas. Na empresa da Zélia, ela precisa cuidar de todos os detalhes. Mas sem deixar a qualidade do produto cair. “Pra manter a qualidade e a tradição, a gente sempre busca os melhores insumos e sempre faz as receitas de forma tradicional”, conta orgulhosa. No vatapá, nada de farinha de trigo. A liga é dada a partir do pão, como na receita original. O creme de galinha é feito com o caldo do frango: “sempre buscando esse sabor mais intenso”, explica.
O negócio de Zélia começou em 2020. Saiu do mercado formal, alugou um ponto e estava pronta para levar sua Mar Bonita adiante. Mas logo depois veio a pandemia e ela teve que se adaptar. Desde então, não saiu mais do delivery. E assim vai equilibrando as pontas para manter o crescimento, que tem oscilado ao longo dos anos. De 2021 pra 2022, quando precisou ajustar o preço do pratinho, as vendas despencaram. De lá pra cá, ela tenta recuperar o prejuízo e espera que nesse São João, as contas voltem para os trilhos. Além do cardápio junino variado, Zélia ainda faz um serviço de buffet móvel, que entrega a cesta de café raiz, com tem direito a tapioca, bruaca, bolo mole, além de outras delícias.
Diferente da Zélia, que tem sua renda 100% a partir do seu negócio, Beth Amaral busca na sazonalidade dos festejos juninos, um dinheiro extra. Apaixonada pelo ramo da alimentação e gastronomia, ela se divide entre o trabalho formal e a produção dos pratos sob encomenda da sua Arretada Sabores Nordestinos. Vatapá já virou uma de suas especialidades. “Sempre trabalhei na área comercial e senti forte impacto na minha renda com a chegada da Covid 19. Mas futuramente pretendo me focar somente na culinária regional”, projeta.
Mas o desafio de equilibrar o emprego com a demanda das entregas é grande. Ela conta que o segredo é o planejamento – tem que ser, ou tudo desanda: “Nos dias em que eu preciso focar nas encomendas, geralmente deixo tudo arrumado para cozinhar às 5h do outro dia. Possuo outra fonte de renda e trabalho no regime híbrido, tenho que deixar tudo muito adiantado para não atrapalhar minha outra atividade. Peço ainda aos clientes que façam suas reservas com 48h úteis de antecedência e já garantindo 50% do pagamento”, explica. Além das encomendas, Beth também trabalha com pequenos eventos.
Beth conta ainda que o faturamento no período aumenta cerca de 30% e que o mais importante é trabalhar com produtos de qualidade, “pois a cozinha regional é rica nisso: lembranças, afeto e cheiro de comida”, finaliza. No cardápio diverso, Beth passeia do tradicional pratinho – o tradicional junino, a pratos com toques regionais como vatapá (de frango ou camarão), creme d galinha, moquecas e escondidinho.
Serviço:
Mar Bonita Delivery
Encomendas: (85) 98195-8728
Arretadas Sabores Nordestinos
Encomendas: (85) 99252-1964