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Protagonismo feminino nos negócios

Do mercantil à moda praia, conheça a história de sucesso de empreendedoras que se tornaram destaque em seus segmentos e tiveram seus trabalhos reconhecidos pelo Troféu Empreender

04.07.23 - 11H09 Por camillalima

Sabe aquela máxima: “essa daí tem tino para os negócios”? Joana Darque e Sara Porto não se conhecem. Empreendem em ramos diferentes, são de gerações diferentes, mas em comum elas estão a frente de negócios de sucesso, que foram agraciados com o Troféu Empreender . Mulheres que acreditaram em seus negócios, que mudaram suas realidades e hoje geram emprego e renda. Confira a seguir:

Mercantil Senna

Joana Darque comanda o Mercantil Senna, no Conjunto Palmeiras

O Conjunto Palmeiras se destaca não só por sua moeda social, mas também pelos inúmeros pequenos negócios que fazem a economia do bairro girar. O Mercantil Senna é um deles, que há 34 anos faz parte do dia a dia do lugar. Da mercearia ao hortifruti, do açougue à lojinha no piso superior do prédio. A estrutura do Senna hoje é bem diferente daquela bodega da década de 80, quando Joana Darque de Souza e o marido, Francisco Alves de Souza – conhecido como Senna –, decidiram empreender.

Foi em uma visita ao Conjunto Palmeiras, ainda na década de 80, que seu Francisco se interessou por um prédio simples, localizado em uma das esquinas do bairro, no qual o primo tinha uma pequena bodega. Na época, o Palmeiras começava uma movimentação peculiar, que já desenhava a crescente demográfica que se instalaria no bairro nos anos seguintes. E foi como se, naquele dia, Senna vislumbrasse ali uma possibilidade de negócio.

Foi então que se associou ao primo para levar a bodega adiante. Para isso, Senna vendeu o apartamento, os dois carros que tinha, e usou o dinheiro para investir no empreendimento. Mas no meio do caminho o primo desistiu. Em seu lugar, Joana Darque despontou como o novo braço direito do negócio. O prédio continuou como bodega, mas também virou também a nova casa do casal, que se mudou para o local para investir toda a energia necessária na nova empreitada.

Mas ao contrário do que haviam imaginado, o negócio não rendeu como o esperado. “Não tinha cliente, eram muito poucos. A gente ficava olhando um pro outro, sem ter ninguém para vender”, relembra Joana, entre risos.

De início, os desafios foram muitos. “Era tudo bem simples, as prateleiras ainda eram de madeira, velhas, tudo muito feio. Um balcãozinho que a gente botava para vender frango, carne, naquele tempo ainda não precisava colocar tudo em freezer, então a carne e o frango ficavam em cima desse balcão, e meu esposo era quem fazia tudo. A gente tinha só um caixa – era eu no caixa e meu esposo despachando –, a gente não tinha nem carro para pegar a mercadoria”, conta.

Hoje, o mercado Senna é grande e oferece diversos insumos para a freguesia, que pode inclusive comprar fazendo uso da moeda social. O mercantil ocupa toda a parte de baixo do prédio, que em nada se assemelha a bodega frágil e simples do início. Além da parte de mercearia, tem hortifruti e frigorífico. São seis caixas para atender a clientela. De olho na demanda da freguesia, há poucos anos, Joana decidiu abrir também uma lojinha no 2º piso, com opções de presentes e artigos de casa.

Quando o marido decidiu se voltar para outros negócios, Joana se manteve no fronte do Senna, e hoje é ela quem comanda 100% do empreendimento que emprega cerca de 32 pessoas. Para conhecer mais sobre a história do Senna, acesse aqui.

Lindimais 

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Sara Porto e Aparecida Brito comandam empresa de moda praia

Foi na sala da casa de um familiar que a costureira Aparecida Brito, e a filha, Sara Porto, começaram um negócio. Na época, Sara estudava Engenharia Civil e as roupas que ela usava, confeccionadas pela mãe, faziam o maior sucesso entre os amigos. A universitária sentiu a veia empreendedora pulsar quando enxergou no trabalho e talento de dona Aparecida uma porta para mudar suas realidades.

Foi nas redes sociais que Sara fez sua primeira investida. Houve uma certa resistência de Aparecida, que não conseguia conceber a ideia de vender roupas a distância: “ Quem é que vai pagar uma roupa sem ver o produto, sem vestir?”, indagava a costureira, que na época costurava fardas para sustentar a família.

Sara relembra, emocionada, a situação em que viviam na época: “chegou a faltar alimento, chegou a faltar coisas essenciais, inclusive moradia. A gente morava de favor na casa de uma tia. Teve época em que eu dormia do lado das máquinas de costura”, conta.

Mas a jovem empreendedora não se deu por vencida, enxergou ali um potencial de negócio e decidiu seguir seu instinto. E mesmo sob a desconfiança da mãe na possibilidade de vender produtos online, ela se manteve firme na ideia. “Aí eu temei, fiz escondido um perfil na rede social, montei toda uma estratégia e falei: mãe, não tem jeito, já comecei a divulgar”, conta Sara.

Aparecida porém continuava desacreditada, mas aí vieram os primeiros pedidos. A mãe logo quis saber como ia ter certeza que as pessoas estavam falando sério, que iam pagar. “Aí eu falei pra ela: mãe, mas já pagaram. Aí ela se animou. Naquela hora foi de imediato, ela já viu que ia acontecer”, conta com o sorriso no rosto a jovem empreendedora sócia fundadora da Lindimais.

A empresa familiar, hoje especializada em moda praia, é comandada por um trio de mulheres: Sara, responsável pela parte criativa e redes, dona Aparecida que traz toda sua expertise e talento na costura, e Sâmia Brito, também filha de dona Aparecida, que hoje é responsável pela parte administrativa da empresa.

Mas quem vê de fora um negócio já estruturado, não sabe o tamanho do desafio de tirar uma ideia do papel, além, claro, de fazê-la dar certo. Quando começaram, a ideia era vender roupas. As encomendas foram chegando e Sara conta que tudo era feito meio no susto, sem nenhum planejamento: “Na época eu precificava assim: eu olhava pra peça e pensava ‘isso aqui vale tanto’. Não tinha precificação, não tinha nada. Aí foram crescendo as encomendas desse jeito mesmo”.

Muita coisa foi acontecendo na marca a partir da demanda dos próprios clientes: “A venda no atacado também surgiu por acaso, A pessoa perguntou assim: vocês vendem no atacado? Aí eu pensei: o que é atacado? Aí fui pesquisar o que era atacado”. Foi assim também que elas passaram a olhar pela primeira vez para o mercado da moda praia.

Os novos modelitos fizeram tanto sucesso, que elas migraram totalmente para o segmento da moda praia. A empresa, que hoje vende no atacado e no varejo – com loja física e fábrica própria, começou na sala de um familiar e atualmente emprega cerca de 15 pessoas, numa equipe praticamente 100% feminina.

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Para conhecer a história do demais ganhadores do Troféu Empreender 2022 acesse aqui

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